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MANEJO DA FERRUGEM DO CAFEEIRO NO MUNICÍPIO DE CACONDE/SP, UMA PERSPECTIVA DA CAFEICULTURA DE MONTANHA.
Diego Miranda Souza

Última alteração: 2014-10-01

Resumo


O município de Caconde, estado de São Paulo possui particularidades que permitem incluir seu sistema de produção de café como cafeicultura de montanha. O município dispõe de uma área total de 47.049 hectares e uma área rural de 43.898 hectares, com uma população de 18.538 habitantes, sendo que entre 60 e 70% de sua economia está ligada direta ou indiretamente à agropecuária (SÃO PAULO e IBGE, 2013). Segundo Matiello e Almeida (2006), a ferrugem do cafeeiro é uma doença que atualmente não dispensa o controle químico por meio de defensivos agrícolas e portanto pode retratar o nível tecnológico da produção cafeeira. O objetivo foi conhecer o atual manejo de controle da ferrugem do café Hemileia vastatrix e as características produtivas dos cafeicultores do município. Em uma primeira fase do trabalho, realizou-se um levantamento nas instituições do município ligadas a cadeia produtiva do café (Ex: cooperativa, revendas de insumos, casa da agricultura, associações), com o intuito de conhecer o perfil dos cafeicultores e subsidiar informações para a construção de um questionário. Foram formuladas 29 questões ligadas ao manejo produtivo relacionado ao controle fitossanitário de Hemileia vastatrix. Posteriormente, no período de 16 a 20 de setembro de 2013, foram entrevistados cafeicultores que freqüentaram as instituições do primeiro levantamento e se propuseram a participar. Os dados obtidos foram reunidos, organizados com ajuda do programa Microsoft Excel®, versão 2007 e transformados em percentagem. Desta forma tornou-se possível caracterizar o perfil dos produtores de café entrevistados: 50% possuem propriedade de tamanho igual ou menor a 10 hectares, 78% utilizam financiamentos bancários para manter a produção, 46% não recebem nenhum tipo de assistência técnica durante o ano, 66% utilizam exclusivamente pulverizadores costais manuais para efetuar o controle químico da ferrugem, 98% declararam utilizar aplicações de defensivos calendarizadas, 78% declarou que sempre utiliza o mesmo número de aplicações de defensivos em anos de alta carga, 76% sempre utilizam mistura em tanque de diferentes defensivos, 68% utilizam aplicações à base de cobre, 88% sempre utiliza o mesmo portfólio de defensivos todos os anos, 58% da produção de café classificada como bebida dura para melhor, 100% estavam descontentes com a remuneração recebida no período das entrevistas.  Com os custos de produção próximos ao preço de venda da saca é fundamental que o cafeicultor esteja atualizado com novas tecnologias, focado na redução de custos e aumento de produtividade (Zambolin, 2002). Portanto, com base nos dados obtidos, conclui-se que o cafeicultor cacondense utiliza poucos recursos técnicos no controle da ferrugem, sendo a maioria de pequenas propriedades, representam individualmente uma pequena produção e por isso precisa atentar para sua atividade econômica de forma mais técnica, almejando primeiro os potenciais produtivos da lavoura e independência financeira, para num futuro construir uma atividade mais sustentável e economicamente mais rentável.


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