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ASSOCIAÇÕES DE FATORES CLIMÁTICOS E A CONTAMINAÇÃO PELO NOVO CORONAVIRUS (SARS-Cov-2) NOS MUNICÍPIOS PAULISTA
Última alteração: 2020-09-30
Resumo
A Organização Mundial da Saúde reconheceu um novo coronavirus (SARS-Cov-2), que nos humanos causa uma doença denominada COVID-19, sendo responsável pela pandemia mundial que teve início em Wuhan, na China, em dezembro de 2019 (WHO, 2020). No Brasil, o primeiro caso registrado oficialmente de contaminação pelo SARS-Cov-2 foi em 26 de fevereiro de 2020 na cidade de São Paulo (BRASIL, 2020a). Desde então, o número de contaminados cresceu exponencialmente. Muitos estudos indicam uma associação entre o número de casos COVID-19 e variáveis climáticas como temperatura, umidade relativa, velocidade do vento, radiação solar e precipitação em diferentes locais (AULER et al., 2020; BASHIR et al., 2020). Apesar disso, estudos realizados na Turquia (ŞAHIN, 2020), China (LIU et al., 2020), e Brasil (AULER et al., 2020), mostram resultados contraditórios quanto associação de novos casos e mortes com fatores climáticos. No entanto, é preciso levar em conta a especificidade de cada local, sendo importante estudos aprofundados em regiões específicas. Segundo Şahin (2020), há indícios de uma relação entre características populacionais e número de casos, indicando a necessidade da consideração de fatores como densidade demográfica e faixa etária. A partir desta problemática, destaca-se a importância de estudos buscando associar variáveis meteorológicas e demográficas com número de casos do novo coronavírus. Para entender as particularidades do estado de São Paulo, serão avaliados os municípios com maiores quantidades de casos confirmados e população acima de 100 mil habitantes. O período de contabilização do número de casos confirmados e mortes pela COVID-19 será estipulado considerando o mesmo estágio de contaminação em todos os municípios considerados. Os dados de casos e óbitos, bem como dados populacionais e de densidade, serão obtidos junto a Fundação Estadual de Dados Estatísticos (SEADE, 2020) e do Ministério da Saúde (BRASIL, 2020b). Já os dados das variáveis meteorológicas (Temperatura ambiente, Umidade Relativa, Velocidade dos ventos, pressão atmosférica e radiação solar) serão obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2020), considerando seus valores médios do período de contabilização dos casos, bem como medidas desfasadas em relação ao primeiro caso de 3, 5 e 14 dias para avaliar possíveis efeitos do período de incubação do vírus. Desta forma, um banco de dados caracterizando cada município quanto aos fatores meteorológicos e a evolução da pandemia por COVID-19 foi construído. Assim, as associações entre as variáveis meteorológicas e os números de casos e óbitos serão quantificadas por meio do coeficiente de correlação de Spearman. Resultados preliminares indicam que temperatura, umidade relativa e radiação solar são variáveis importantes na busca da compreensão de fatores associados a transmissão pelo vírus. Todas as análises serão realizadas por meio do ambiente computacional R-Gui, considerando um nível de significância de 5% para os procedimentos analíticos.
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