Última alteração: 2019-10-04
Resumo
A ferramenta do histograma em escala de cinza (HEC) vem demonstrando aspectos positivos e complementares na avaliação de imagens médicas voltadas a equinos, como a sua aplicabilidade em ultrassonográfica do tendão flexor digital profundo (TFDP) (SCHIE et al., 2000). A tomografia computadorizada destaca-se pela sensibilidade em identificar lesões ósseas e pela padronização dos valores de densidades fornecidos pela Unidade de Hunsfield (H.U) (AMARO-JUNIOR; YAMASHITA, 2001). Contudo, estudos explanando a associação e correlação do HEC e da HU nas regiões cortical e medular do osso navicular e da superfície flexora do TFDP não foram encontrados na literatura consultada, em virtude disso, a atual pesquisa propôs correlacionar as variáveis do HEC e da H.U identificadas nestas regiões em peças cadavéricas de equinos. Este estudo foi realizado no departamento de reprodução animal e radiologia veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu (FMVZ/UNESP) com quatro peças cadavéricas de membros de equinos hígidos, e foi aprovado pela Comissão de Ética de Uso de Animais (CEUA), nº 0191/2017. Essas peças foram submetidas ao exame de TC (marca Shimadzu modelo SCT 7800 TC Helicoidal de 1 canal) para realização do H.U e do HEC nas regiões do osso navicular (cortical e medular) e da superfície flexora do TFDP. Foi utilizado o software (ImageJ ® - National Institutes of Health), para as mensurações do HEC em todas as imagens axiais (janelamento ósseo e de tecidos moles). Foi efetuado o teste Pearson (p<0,05) para correlação das variáveis do HEC com H.U. As peças não diferenciaram entre si no HEC e no H.U, porém, houve correlação positiva significativa entre a H.U com a variável do HEC: Mean (p=0,003) nas regiões: cortical e medular do osso navicular e da superfície flexora do TFDP. A formação da imagem de TC baseia-se na diferença de atenuação do feixe de raios-X com a densidade do organismo, onde estruturas mais densas como o osso, são representadas nas imagens com tonalidades claras (hiperdenso) e as estruturas com menos densidade mais escuro (hipodenso), e a H.U quantifica essas densidades, onde os valores mais altos, mais densos e mais claros (SCHWARZ; SAUNDERS, 2011). A correlação positiva do HEC com a H.U podem indicar que quanto maior o valor de H.U, mais denso o material é, e mais tons de cinzas brancos serão identificados no HEC. Isso também sugere que quanto o valor mais próximo de 0, fornecido pelo o HEC, menos denso é a região avaliada nas imagens de TC, ou seja, mais tons de cinzas escuros serão identificados. A região cortical do osso navicular possui valores mais alto na H.U em comparação com a medular (PUCHALSKI et al., 2007) e conforme a correlação positiva apresentada pode sugerir o HEC como uma outra ferramenta quantificava para diferenciação de densidades e textura das estruturas. O HEC e o H.U são técnicas independentes que estão associadas e quando utilizadas isoladamente ou conjuntamente, auxiliam na interpretação das regiões cortical e medular do osso navicular e da superfície flexora do TFDP em imagens TC.