Jornacitec Botucatu, VIII JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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AVALIAÇÃO POR HISTOGRAMA EM ESCALA DE CINZA DO OSSO NAVICULAR E DA SUPERFICIE FLEXORA DE PEÇAS DE EQUINOS EM IMAGENS DE TC E RM
Rossi de Carvalho Ribeiro, Jéssica Leite Fogaça, Michel Campos Vettorato, Laís Melicio Cintra Bueno, Nayara Gil Mazzante, Vânia Maria Vasconcelos Machado

Última alteração: 2019-09-26

Resumo


A Tomografia Computadorizada (TC) é indicada para avaliação de tecido ósseo, entretanto, pode-se avaliar as estruturas adjacentes em falta da Ressonância Magnética (RM). Os estudos envolvendo peças de equinos vêm sendo realizado para padronização da descrição anatômica normal, permitindo a interpretação melhor das imagens e aumentando a especificidade diagnóstica em casos de detecção de região alterada (PUCHALSKI et al., 2007; SOUZA et al., 2017). O histograma em escala de cinza (HEC) tem sido utilizada em imagens ultrassonográficas para avaliação do aparato podotroclear em equinos (TSUKIYAMA et al., 1996). Porém, a sua aplicabilidade em imagens de TC e RM são escassas. Devido a isso, esse trabalho propôs avaliar o osso navicular (cortical e medular) e a superfície flexora de peças cadavéricas equinos por meio do HEC obtidos em imagens de TC e RM e compará-los posteriormente. Este estudo na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu (FMVZ/UNESP) com quatro peças cadavéricas de membros de equinos saudáveis, aos quais foram submetidos aos exames de TC e RM. Utilizou-se um tomógrafo da marca Shimadzu modelo SCT 7800 TC Helicoidal de 1 canal e um equipamento de RM de baixo campo magnético de 0,25 Tesla (Vet-RM Large, Esaote®). Foi utilizado o software (ImageJ ® - National Institutes of Health), para as mensurações do HEC em todas as imagens com cortes axiais (TC) e em todas as imagens ponderadas em T2 (RM), selecionando as regiões cortical e medular do osso navicular e a superfície flexora do tendão flexor digital profundo (TFDP). Foi efetuado o teste t de Student (p<0,05) para comparação de TC e RM nas variáveis do HEC. Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética de Uso de Animais (CEUA) nº 0191/2017. As peças não diferenciaram entre si no HEC em cada exame (TC e RM), porém, houve diferença significativa comparando as modalidades de imagem de RM e TC. O cortical do osso navicular, apresentou intensidade de brilho (Mean) maior para TC (208,9± 49,4) em relação a RM (128,1±40,9). Já a medular do osso navicular a intensidade de brilho (Mean) foi superior para TC (186,8±72,9) em relação a RM (129,1±31,2). Comparando a variável Mean, notou-se que a cortical do osso navicular (208,9 ± 49,4) apresentou um valor mais alto que a medular (186,8 ± 72,9) na TC e ocorreu sem muita diferença o oposto na RM (cortical=128,1 ± 40,9) (medular= 129,1 ± 31,2). A superfície flexora a intensidade de brilho (Mean) foi superior na TC (120,3±30,5) do que na RM (15,4±11,6). A intensidade de brilho de cada tecido quantificado pelo HEC em imagens de TC e RM não se divergiram entre as peças, essa informação, devido à proximidade dos valores, pode insinuar uma provável padronização nos valores das estruturas analisadas em cada modalidade de imagem. A propriedade física da formação de imagem de TC baseia-se no grau de atenuação dos feixes de raios-X e varia conforme a densidade das estruturas biológicas, já, a formação da imagem em RM se adere ao tecido biológico, especialmente dos átomos de hidrogênio, em resposta ao campo magnético e aos pulsos de radiofrequências, ou seja, não está relacionado com as propriedades físicas do raios-X (MAZZOLA, 2009). No presente estudo, houve diferença significativa entre a TC e a RM nas variáveis do HEC, isso significa que valores altos de intensidade de brilho quantificados em TC podem ser de baixa intensidade de brilho em RM, devido ao fato que os princípios físicos da obtenção de imagem nessas modalidades não estejam relacionados, ou seja, são independentes, além que essa diferença pode estar relacionada a utilização de diferentes sequências de pulsos, por exemplo, imagens ponderadas em T2 (MAZZOLA, 2009). O HEC forneceu valores sugestivos a padronização em diferentes modalidades de imagem diagnóstica. A intensidade de brilho representativa pelo HEC no osso navicular (cortical e medular) e na superfície flexora do TFDP de peças cadavéricas variam conforme o tipo de exame, sendo valores superiores na TC quando comparada com a RM.


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