Jornacitec Botucatu, VIII JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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PROPOSTA DE ENSAIO EXPERIMENTAL PARA BIODIGESTÃO ANAERÓBIA DA FRAÇÃO VEGETAL ORIUNDA DA FRAÇÃO ORGÂNICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (FORSU)
Pedro Henrique Fialho Mendes, Luana Alves Akamine, Geraldo de Nardi Júnior, Sergio Augusto Rodrigues, Valeria Cristina Rodrigues Sarnighausen

Última alteração: 2019-09-26

Resumo


Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2017 foram produzidas cerca de 78,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país, resultando em 214.868 toneladas por dia. Deste montante diário, 22,9% são destinados aos aterros controlados e 18% são encaminhados para lixões, onde ambos os métodos são classificados impróprios para o descarte, pois polui o solo, ar, lençol freático e atraem vetores de doenças. De acordo com Barcelos (2009), citado por Reis (2012, pg.17) cerca de 55% do RSU produzido é passível de fermentação, isto é, são resíduos orgânicos degradáveis e que podem ser submetidos a processos biológicos. O biodigestor é uma tecnologia utilizada para degradar resíduos orgânicos por meio da biodigestão anaeróbia (BA). Este processo é realizado por bactérias e arqueas especializadas, que transformam o resíduo em um produto menos prejudicial ao ambiente, além de produzir biogás, um conjunto de gases que tem o gás metano como principal componente, que pode ser usado para geração de energia ou como gás de cozinha. A fração orgânica do resíduo sólido urbano (FORSU) possui alta e rápida biodegradabilidade, assim a BA desse material necessita de inoculação. Silva (2014) cita que é importante à inoculação de resíduos pré-digeridos e que detenha uma fauna de microrganismos apropriada para o processo, bem como a quantidade adequada de inóculo. Visando diminuir o impacto destes resíduos e gerar produtos passíveis à utilização humana, o respectivo estudo tem o objetivo analisar o processo de biodigestão anaeróbia da fração vegetal da FORSU. Silva (2017) avaliando a digestão de dejetos de bovino leiteiro e FORSU relatou que a proporção de 20% de FORSU no substrato (6% de ST), apresentou melhor desempenho.  Dessa forma, serão utilizados biodigestores de bancada (batelada de 2L), a fim de verificar diferentes cargas orgânicas (CO) e proporções de fração vegetal e inóculo. Para isso, propõe-se utilizar um esquema fatorial  (dois fatores, percentual de sólidos totais e inóculos, com dois níveis cada) no delineamento inteiramente casualizado, resultando em quatro tratamentos: (I5 – 5% de sólidos totais (ST), diluição em 100% inóculo; IA5 – 5% de ST, diluição em 50% inóculo e 50% água; I10 – 10% de ST, diluição em 100% inóculo; IA10 – 10% de ST, diluição em 50% inóculo e 50% água), com 3 repetições, com um total de 12 biodigestores. O inóculo utilizado será o efluente de biodigestor com dejeto de bovino leiteiro coletado no setor de Bovinocultura de Leite da Faculdade de Ciências Agronômicas (UNESP-FCA). Serão realizadas análises de pH, sólidos totais (ST) e voláteis (SV) no afluente e efluente (APHA, 2000). O volume de biogás será verificado semanalmente por meio do deslocamento vertical dos gasômetros acoplados aos biodigestores, assim como a produção acumulada durante o período experimental e o rendimento de biogás por kg de ST e SV (m³ kg-1).

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