O lúpulo é uma espécie vegetal com origem na Europa e Ásia Ocidental, cultivada em zonas de clima temperado do hemisfério norte, com maior produtividade na Alemanha, Estados Unidos, China e República Checa (RUCKLE; SENN, 2006). O lúpulo (Humulus lupulus) é uma angiosperma da família Cannabinaceae, da ordem Urticales, botanicamente relacionada com as urtigas irritantes. É uma espécie perene trepadora que atinge até seis metros de altura. É dioica (flores masculinas e femininas em plantas diferentes que se distinguem pelo tamanho) e o período de florescimento é durante julho e agosto por toda Europa e Ásia Ocidental (HORNSEY, 1999). As flores femininas apresentam uma estrutura morfológica denominada “cone de lúpulo”, cujas pétalas contêm glândulas de lupulina (constituída por uma resina rica em ácidos alfa e beta e óleos essenciais), já usada por volta do século IX na fabricação de cerveja, conferindo-lhe o gosto amargo característico. Além de contribuir para o amargor, o lúpulo é utilizado como bactericida na fabricação da cerveja. Sabe-se que os ácidos do lúpulo interferem no transporte de metabólitos na membrana celular e modificam o pH intracelular o que provoca a morte das bactérias por meio de insuficiência nutricional, sendo sua ação mais eficiente em bactérias Gram-positivas (SILVA e FARIA, 2008; PRADO, 2014). Estas bactérias, normalmente estão presentes nos dejetos bovinos, os quais são descartados no solo sem tratamento adequado em muitas situações. Atualmente, diversos estudos avaliam a ação bactericida de plantas medicinais (MORO, AGUIRRE e BIERMANN, 2016), mas poucos avaliaram o lúpulo. Assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a ação antibacteriana do lúpulo sob bacilos Gram positivos extraídos de dejeto bovino. Extrato aquoso obtido a partir das folhas do lúpulo na concentração de 0,1g/mL foi utilizado na preparação de uma diluição seriada 10^-1, 10^-2, 10^-3, 10^-4, 10^-5, 10^-6 do extrato em água. Cada diluição do extrato foi acrescida à uma suspensão bacteriana, a qual foi preparada com concentração equivalente ao padrão n.0,5 da escala de MacFarland. Foram realizados três controles do procedimento, sendo um controle de crescimento (suspensão bacteriana), um controle de esterilidade do extrato do lúpulo (extrato+meio de cultura) e, um controle negativo do meio. Todas as culturas foram incubadas à 37ºC por 24h. A interpretação dos resultados foi realizada avaliando a turbidez obtida depois da incubação. Embora não tenha sido possível uma avaliação quantitativa, os resultados demonstram uma redução da turbidez (menor crescimento bacteriano) nas diluições 10^-1 e 10^-2, sugerindo que existe ação do lúpulo sob o crescimento das bactérias testadas. Novos estudos devem ser conduzidos buscando determinar a concentração inibitória do extrato sob as condições experimentais testadas.