Jornacitec Botucatu, VII JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC): O CONHECIMENTO NA CIDADE DE BOTUCATU
Alana de Almeida Pontes, Fernanda Cristina Pierre

Última alteração: 2018-10-04

Resumo


As plantas alimentícias não convencionais ou PANC são espécies que em sua maioria crescem sem cultivo, espontaneamente, e grande parte delas são denominadas ‘daninhas’, ou seja, plantas indesejadas. Existem mais de 3.000 espécies comestíveis catalogadas em literatura (KINUPP; LORENZI, 2014), mas pouco é de sabedoria da população. As PANC estão entre as fontes de alimentos que se desenvolvem em ambientes naturais sem a necessidade de insumos e da derrubada de novas áreas (BRESSAN et al., 2011 citado por BARREIRA et al., 2015). O fato de muitas dessas plantas estarem em áreas manejadas por agricultores torna-se estratégia fundamental para o fortalecimento da soberania alimentar de muitas famílias. Entretanto, muitas dessas plantas, embora disponíveis a baixo custo, ainda são desconhecidas e subutilizadas por uma parcela significativa da população (KINUPP; BARROS, 2007). As raras espécies que são um pouco mais conhecidas são hortaliças como o ora-pro-nóbis, famosas por serem verduras ricas em proteínas vegetais e aminoácidos essências, podem ser ocasionalmente encontradas em feiras e hortas comunitárias. Além de hortaliças existem também espécies de plantas como a ‘sororoca’ de nome cientifico phenakospermum guyannense, que se fossem de conhecimento público seriam de grande proveito. Trata-se de uma planta com origem amazônica, em que suas sementes maduras e processadas tornam-se farinha sem glúten, um alimento essencial para pessoas que necessitam de produtos isentos desta proteína. Outra espécie também muito interessante e com grande potencial é o ‘babaçu’ com nome cientifico attalea speciosa. Com essa planta se obtém uma amêndoa que pode ser usada para vários fins culinários, como por exemplo, a produção de farinhas que segundo Kinnup e Lorenzi (2014) tem grande potencial para indústria alimentícia e já deveria estar no mercado. A realidade é que existem várias espécies de plantas de todos os tipos, que são totalmente ignoradas pela população, produtores e indústria, plantas que seriam uma alternativa para uma vida mais saudável e uma alimentação mais nutritiva e variada, já que cerca de 90% do alimento mundial vêm de apenas 20 espécies (KINNUP; LORENZI 2014). O grande desafio para o futuro é produzir cada vez mais, dado que a população mundial cresce demasiadamente, então procurar mais variabilidade de espécies que possam substituir sem denegrir e até mesmo melhorar a alimentação humana e porque não animal é uma boa e viável opção. Vale ressaltar que Borges e Silva (2018) concluíram que o uso das PANC está intimamente ligada a questão familiar, ou seja, de legado, onde uma pessoa mais velha ou que tenha conhecimentos sobre o preparo e manuseio das espécies, passa uma receita a seus jovens e assim os conhecimentos se perpetuam. Isso foi bastante explícito durante as leituras e coleta de dados, pois as pessoas não consomem o que não conhecem, por isso a referência de um familiar, de um amigo ou de um conhecido é o que de fato faz com que as espécies de PANC sejam utilizadas. O objetivo deste trabalho será verificar a ocorrência da divulgação das PANC na cidade de Botucatu no Estado de São Paulo.


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