Segundo estudo realizado pela EMBRAPA, muito além dos caminhões que transportam a cana-de-açúcar das plantações para as usinas, o processo de transporte e logística é foco de atenção constante na cadeia sucroenergética. Entre os diversos motivos para isso estão a busca por redução de custos, a necessidade de controle dos processos e o aumento de competitividade no segmento (COELIS, 2017). Para diminuir custos e estarem atualizadas, as usinas e empresas ligadas ao setor investem em estratégias de coordenação dos sistemas de corte e aprimoramento dos sistemas logísticos que gerenciam o transporte, dessa forma melhoram a eficiência operacional integrando a área logística à industrial (RODRIGUES, 2003). O objetivo deste estudo é analisar a viabilidade de incluir o transporte fluvial e o dimensionamento da frota com substituição de treminhão e rodotrem para tritrem a fim de reduzir os custos no transporte de cana de açúcar. O método de pesquisa foi um estudo de caso em determinada Usina. Comparou-se os custos atuais de transporte de cana-de-açúcar utilizando-se treminhões e rodotrem foram estimados os custos futuros do transporte com tritrem e parte do trajeto feito por via fluvial. Por fim, foi calculado o tempo de retorno de investimento. Trata-se, portanto, de pesquisa empírica, com coleta de dados realizada entre fevereiro a junho de 2018. Atualmente os custos de corte, carregamento e transporte representam cerca de 30% do custo total da produção de cana-de-açúcar, sendo que somente os gastos com transporte equivalem a 12% desse total. A logística empresarial estuda como a administração pode melhorar os níveis de rentabilidade nos serviços de distribuição de mercadorias, satisfazendo assim clientes e consumidores. O estudo da logística empresarial tem a função de realizar um planejamento detalhado de atividades a serem desempenhados, organização e controles de forma efetiva para as atividades de movimentação e armazenagem de produtos, se tornando vital para o desempenho das empresas. (BALLOU, 1993)(PIRES, 2004). Atualmente, a usina pesquisada processa 23.200 ton/dia, sendo 1.200 toneladas de cana de açúcar inteira e 22.000 toneladas de cana-de-açúcar picada. As carretas (julietas) de treminhões (plataforma) não poderão ser aproveitadas nos rodotrens em virtude de o caminhão ser diferente (cavalo). As carretas serão substituídas por semirreboques de 12,5 m. Os novos caminhões terão capacidade suficiente para tracioná-las (caminhões entre 520 e 540 cv tracionam até 190 toneladas bruta). No pátio da indústria, os semirreboques carregados poderão ser tracionados para dentro da usina por tratores com dolly, porém a prática normal e mais econômica é utilizar caminhões descartados do transporte de cana-de-açúcar, adaptando-os para caminhões tratores (conhecidos como “escravos”), para tanto é necessário a adaptação de uma quinta roda, evitando a compra de tratores e dollys. Esse estudo considera a utilização de caminhões (cavalos mecânicos) para serem utilizados como escravos. No cálculo da “redução de despesas”, serão considerados apenas os caminhões em operação, supondo que a quantidade reserva permanecerá sempre em manutenção e outras paradas não previstas, portanto sem motoristas. Com base nos dados do estudo foi verificado que com a utilização da balsa temos uma redução de trajeto relevante que impacta na quantidade de cana de açúcar transportada, assim obtendo um resultado financeiro de aproximadamente 8% que gera uma economia de R$ 205.118,000, sendo assim foi evidenciado uma economia financeira significativa com a inclusão do transporte fluvial (balsa).