Tamanho da fonte: 

No Brasil, desde a década de oitenta, iniciativas científicas, político-sociais, administrativas e jurídicas objetivam transformar a compreensão cultural e a relação social com portadores de transtornos psíquicos. Insere-se neste contexto, a reestruturação das áreas da saúde mental no Sistema Único de Saúde, principalmente na Estratégia Saúde da família, cujos maiores desafios são a integração entre áreas e a superação de uma cultura preconceituosa ainda presente na sociedade. Para a Odontologia, não é diferente e, nesta vertente, este estudo objetivou, através de revisão de literatura, descrever a saúde bucal de pacientes portadores de distúrbios mentais e comportamentais, frequentadores de Estratégias Saúde da Família e descrever as dificuldades dos cirurgiões-dentistas frente a esta realidade. As dificuldades centram-se na falta de integração entre equipes e no despreparo do profissional para atender a esta demanda, uma vez que, quando este tipo de atendimento foi incorporado ao atendimento da Estratégia, não houve treinamentos para tal. Sobre as principais patologias, observa-se que muitas delas relacionam-se com a higiene bucal precária, fato este relacionado tanto aos transtornos mentais e comportamentais, quanto ao comprometimento intelectual e motor. Também, a doença periodontal como condição bucal mais preocupante entre estes pacientes, seguida das patologias associadas ao uso de medicamentos psicoativos.