A radioterapia, já consolidada na medicina de humanos, vem despertando o interesse dos profissionais da área veterinária. Os procedimentos radioterápicos dividem-se em duas modalidades: a teleterapia e a braquiterapia [SALVAJOLI, 2013]. O uso de fontes de radiação de alta energia requer cuidados especiais do ponto de visita de proteção radiológica, que visam principalmente minimizar os efeitos radiobiológicos indesejáveis. [MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000].

Portanto, é necessário um rigoroso controle de qualidade que envolve testes radiométricos nos feixes de radiação e seus equipamentos emissores utilizados [CAMARGO, 2007]. Devem ser realizados periodicamente por especialistas da física da radioterapia de acordo com o que preconiza os protocolos de dosimetria e de controle de qualidade em radioterapia [IAEA, 2004].

Os cuidados com a proteção radiológica são exigidos desde a elaboração do projeto arquitetônico da clínica de radioterapia [PODGORSAK, 2005].

É neste momento que serão dimensionadas as espessuras das paredes, piso, teto, porta e demais estruturas físicas da sala de tratamento onde ficarão instalados e armazenados os equipamentos e fontes de radiação utilizados. Para tanto, são utilizados protocolos [NCRP, 2006] e métodos de cálculos específicos recomendados por organizações nacionais e internacionais responsáveis pela proteção radiológica [NCRP, 1976].

O manuseio seguro das fontes de radiação requer o uso de blindagens eficientes que possam garantir o direcionamento do feixe de radiação focando a área a ser tratada e preservando os tecidos sadios circunvizinhos. Estas blindagens devem ser dimensionadas em conformidade com o tipo de radiação e sua energia, considerando a técnica radioterápica indicada para o tratamento.

O sucesso da radioterapia depende de vários fatores, e está intimamente ligado com a reprodutibilidade dos campos de irradiação delimitados durante o planejamento do tratamento, a qual depende também da imobilização da área a ser tratada. No tratamento dos pacientes veterinários, a imobilização exige procedimentos clínicos anestésicos [STOSKOPF, 2012]. Como o ciclo de tratamento requer várias aplicações, o frequente uso de anestésicos pode implicar em transtornos clínicos e orgânicos aos animais submetidos à radioterapia [MCNIEL, 2009].

Devido à necessidade de se abreviar o tratamento em poucas aplicações, o tempo de duração do procedimento de radioterapia é aumentado, o que exige o uso de blindagens apropriadas e dimensionadas de forma que garanta a liberação da dose de radiação de forma constante no volume alvo de tratamento [BURK, 1997].

Neste trabalho pretende-se elaborar uma planilha de cálculo de blindagens que possa ser aplicada aos procedimentos de radioterapia veterinária, e que otimize o tempo de aplicação da fonte radioativa e garanta os níveis de radiação preconizados pela legislação.