Jornacitec Botucatu, VII JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

Tamanho da fonte: 
PRODUÇÃO DE MUDAS DE LÚPULO EM SISTEMA ESTÁTICO DE HIDROPONIA
Francielly Guieiro Gomes de Sousa, Renan Lima de Sousa, João de Jesus Guimarães, Alexandre Dal Pai, Sergio Augusto Rodrigues, Valéria Cristina Rodrigues Sarnighausen

Última alteração: 2018-09-27

Resumo


RESUMO: A espécie Humulus Lupulus L. pertence à família das Canabaceae e produz florescências, cones produzidos pela planta fêmea, que contém diversas substâncias de interesse para as indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia, com destaque para o emprego de alfa e beta ácidos extraídos da resina contida nos cones, para obtenção de sabores, aromas e bactericidas para a indústria cervejeira (CARVALHO et al., 2018; ROBSON; WILSON, 2006). A produção de mudas da planta fêmea da espécie se faz por meio de rizomas, produzidos por plantas com mais de três anos, e estaquias, sendo estas últimas o modo mais acessível logo nos primeiros anos de cultivo da planta, em épocas das podas anuais. Em vista do interesse crescente da prática do cultivo de lúpulo no Brasil (SARNIGHAUSEN et al., 2017), o objetivo deste trabalho foi analisar o desempenho de produção de mudas de lúpulo, por meio de um sistema estático de hidroponia com emprego de hormônio em gel indutor de enraizamento (EGÍDIO; LEVI, 2013; VANBAR et al., 2016), utilizando três configurações de flutuação-suporte às mudas. O experimento foi conduzido em estufa, entre agosto e setembro deste ano. Foram utilizados resíduos da poda de duas plantas de 1 ano, de variedades diferentes, Cascade e Chinook. Doze estaquias de cada variedade foram retiradas dos caules, seus pecíolos receberam incisões perpendiculares à nervura principal e foram imersas em hormônio indutor de enraizamento. Em seguida, as doze estaquias de cada variedade foram divididas em 3 meios diferentes: polietileno expandido com orifício central para inserção do pecíolo, fibra de coco e espuma fenólica, sendo estes dois últimos inseridos em copos plásticos de 5 mL, com perfurações da parte inferior para entrada de água, acoplados a uma bandeja vazada de isopor. As mudas foram colocadas em dois reservatórios de 20 litros em flutuação por 28 dias, após 10 dias foi feito adubação com nitrato de potássio, ureia e mono-amônio-Fosfato a 1%. Seis dias depois do início do experimento, observou-se que as mudas de Chinook, em polietileno expandido, apresentaram formação de tecido meristemático. Ao fim do experimento foi possível observar que apenas uma muda de Cascade, em polietileno expandido, apresentou enraizamento. Em substrato de fibras de coco, as mudas de Chinook não apresentaram formação de raízes. Considerando que o experimento é quantitativo no sentido de identificar a formação de raízes, sem avaliar a qualidade das mesmas, é válido mencionar que a variedade Chinook pode apresentar maior potencial de enraizamento e que o substrato de fibra de coco pode não ser o mais adequado para uso em sistema estático de hidroponia, devido à grande absorção de umidade, prejudicando a dinâmica de formação de tecidos meristemáticos. Novos experimentos deverão ser realizados, com maior número de mudas e em condições climáticas favoráveis, com temperaturas médias acima de 19°C, segundo pesquisadores da Austrália (DOODS, 2017), para melhor desenvolvimento vegetativo das mudas.

Texto completo: PDF