Última alteração: 2017-10-31
Resumo
Inúmeras espécies de frutos possuem pigmentos e corantes que podem ser utilizados para diferentes finalidades. Nesse sentido, percebe-se que o estudo da viabilidade do uso de corantes naturais vem crescendo nesse meio, pois corantes artificiais têm sido questionados em função dos aspectos toxicológicos (NESPOLD, et al 2015). Corantes absorvem radiação solar em uma ampla faixa espectral, promovendo reações de transferência de elétrons e permitindo ciclos de oxidação-redução (NOGUEIRA, 2011). Mirtilo, café, feijão, uva, amora, cereja, ameixa, açaí e repolho roxo são uns dos exemplos de alimentos que possuem flavonoides, compostos fenólicos com cores fortes, responsáveis pelas cores escuras como o vermelho escuro e vermelho rubro de diversos frutos, flores, sementes e folhas. A beterraba, por outro lado, é uma fonte de compostos conhecidos como betalaínas, pigmentos hidrossolúveis distribuídos em duas subclasses: betacianinas e betaxantinas, sendo as primeiras as responsáveis pela coloração avermelhada da beterraba (CUCHINSKI, et al 2010). A instabilidade da cor das betalaínas é influenciada pelo pH, deste modo elas são estáveis entre pH 4 e 5 e razoavelmente estáveis entre pH 5 a 7, onde a coloração avermelhada é preservada. Contudo, extratos de beterraba apresentarão diferentes colorações em meios ácidos ou básicos, decorrentes da isomerização da betanina, pigmento do grupo betacianina (CUCHINSKI, et al 2010). A partir de estudos prévios constatou-se que durante as extrações de beterrabas utilizando como solvente a água destilada em meio ácido obtêm-se uma coloração mais forte, de cor vinho (DIAS, et al 2002). Deste modo, considerando que a beterraba apresenta um pigmento de cor escura, sendo um bom absorvedor de energia e de baixo custo, o objetivo do trabalho é exemplificar um protocolo de extração dos corantes da beterraba para serem empregados em processos de fabricação de células fotoeletroquímicas de TiO2 nanocristalino sensibilizado. A espécie a ser utilizada é a Beta vulgaris, in natura, que previamente é lavada e sanitizada, sendo depois triturada. Em seguida, adiciona-se água destilada aquecendo a solução até que a água se reduza a metade. Após repouso para que a mistura atinja a temperatura ambiente, realiza-se uma filtração, obtendo-se os corantes no filtrado. O extrato obtido, rico em compostos corantes, serão aplicados em células de Gratzel para que os seus potenciais e eficiências como absorvedores de energia solar sejam conhecidos.