Última alteração: 2017-10-04
Resumo
A ultrassonografia é amplamente utilizada na avaliação e como guia na coleta de material cito ou histopatológico de lesões abdominais (LARSON, 2009). O emprego desta na avaliação torácica não-cardíaca está crescendo e, concomitantemente sendo comprovada sua alta aplicabilidade para tais coletas nas alterações intratorácicas (LARSON, 2009). O objetivo do presente trabalho é reforçar o uso da ultrassonografia torácica como importante método de estudo e viabilizar coletas intratorácicas, possibilitando adquirir material adequado para o diagnóstico de maneira não invasiva. Cadela da raça Pit Bull, 11 anos, com histórico de hemangiossarcoma cutâneo. Ao exame radiográfico observou-se opacificação difusa da cavidade torácica com retração pulmonar e obscurecimento da silhueta cardíaca, presença de estrutura de radiopacidade de tecidos moles, do 4º ao 9º espaços intercostais e medindo aproximadamente 19,6x17,1cm, sugestivo de neoformação pulmonar, mediastinal e/ou cardíaca e efusão pleural (Figura 1). O exame ultrassonográfico torácico identificou presença de massa, heterogênea, com áreas císticas de paredes finas e vascularizada, observada em hemitórax direito, de origem pulmonar e com comprometimento do mediastino cranial, além de efusão pleural e mediastinal(Figura 2). A punção guiada foi realizada sob sedação leve, na altura do nono espaço intercostal direito. O material citológico foi compatível com neoplasia mesenquimal maligna, hemangiossarcoma. A paciente foi monitorada pós-punção e não houve aumento do líquido ou alterações adjacentes. A ultrassonografia torácica não-cardíaca é uma importante ferramenta para complementar, permitindo estudo da superfície pleural, parede torácica, pulmões e mediastino (LARSON,2009). A técnica é simples, altamente disponível, sendo limitada nos casos de pneumotórax e de pulmões normais (NEELIS et al., 2015). A tomografia computadorizada foi amplamente descrita como método seguro para guiar coletas de material cito ou histopatológicos (CHOJNIAK et al., 2011), porém faz-se necessário anestesia, maior tempo de exame , exposição à radiação ionizante e maior custo, não sendo substituível pela ultrassonografia exceto em casos de lesões intratorácicas profundas (MATTOON et al., 2015). O exame ultrassonográfico torácico é uma excelente técnica para estudo e para guiar coleta de citológica e histopatológicas, devendo ser sempre considerado nos casos de alterações periféricas ocupadoras de espaço na cavidade torácica.