O lúpulo é uma planta diácida, perene e escalada da família Cannabinaceae. O seu cultivo é um recurso econômico valioso em muitos países, reconhecido há pelo menos 10 séculos devido à sua importância para a indústria de cerveja e para a área medicinal. (RA BETSON et al., 2005; MEGA et al., 2011) Típico do Hemisfério Norte, o lúpulo tem uma adaptação difícil ao clima brasileiro, pois precisa de baixas temperaturas e de um tempo de exposição à luz variado (EBY, 2011), oscilando entre nove e 14 horas diárias, o que também não ocorre em solos brasileiros Porém há comprovações de êxitos no Brasil, onde os agricultores recorreram a técnicas como o fornecimento de luz após o pôr do sol durante a primavera para aumentar o fotoperíodo, além de produtos para estimular a brotação uniforme durante a estação. (MEGA et al., 2011; JEZEK et al.,2013). As sementes de lúpulo precisam de temperaturas baixas para induzir a germinação e sua produção, de tal maneira a simular os meses de inverno das regiões que são nativas. Normalmente e em forma natural, as sementes germinam na primavera quando o solo se aquece após os meses de intensos frios. O lúpulo gosta de solos bem drenados, ricos em húmus, com um pH que pode variar entre 6,0 e 6,5. O lúpulo é uma planta trepadeira e chega a uma altura de aproximadamente 4 metros, necessitando de uma área aproximadamente de 8 m². Há o interesse nas flores femininas, onde encontra-se as glândulas de lupulina que produzem resinas e óleos essenciais que proporcionam amargor, sabor e aroma às cervejas. (JEZEK et al., 2013; EBY, 2011). Como o lúpulo é uma cultura com restrições à adaptação, estudos devem ser conduzidos para desenvolvimento de tecnologias de transferência de genes através da cultura de tecidos, que são uma alternativa atrativa aos métodos de melhoramento normais (MEGA et al.,2011). Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico dos aspectos característicos da planta lúpulo visando sua adaptação e produção ao clima brasileiro.