Jornacitec Botucatu, VI JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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TÉCNICAS DE RADIOTERAPIA PARA TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO EM PEQUENOS ANIMAIS
Michel Campos Vettorato, Jéssica Leite Fogaça, Gizele Cristina Ferreira, Sheila Canevese Rahal, Marco Antônio Rodrigues Fernandes

Última alteração: 2017-10-09

Resumo


Os tumores cerebrais são frequentemente encontrados em cães e gatos, com taxa de incidência de 14,5 em cães e 3,5 em gatos para 100.000 animais de estimação em risco. Além de ser mais comum em cães do que em gatos, existe uma ampla variedade de tumores cerebrais caninas que são descrita em gatos (WITHROW et al., 2013). A maioria dos tumores primários é composta por lesões solitárias, e podem ocorrer em qualquer idade, mas a incidência aumenta em idades acima de cinco anos e com o advento das técnicas de imagem os tumores estão sendo mais facilmente diagnósticados na medicina veterinária (MORRIS; DOBSON, 2007). Esse trabalho propôs descrever algumas técnicas de radioterapia utilizada para tumores de cabeça e pescoço de pequenos animais pela literatura. Para alguns casos como macroadenoma hipofisário, astrocitoma, meningioma, a radioterapia proporciona excelentes remissões duradouras de um ano ou mais. Há vários protocolos de radioterapia hipofracionada para tumores cerebrais em cães e gatos que são relatados e o tempo médio de sobrevivência variam de cerca de 300 a 700 dias (VILLALOBOS; KAPLAN, 2007; MARCINOWSKA; DOBSON, 2015). O fracionamento ideal para tumores cerebrais ainda não foi estabelecido, alguns autores favorecem pequenas frações diárias, mantendo a dose no tecido normal abaixo de 50 Gy, no entanto, outros descrevem alguns resultados similares com um protocolo de hipofracionamento com dose total de 38 Gy no tumor (MORRIS; DOBSON, 2007). A frequência com que ocorre a necrose por radiação é difícil de ser estimada, pois varia de acordo com a dose total administrada, com o grau da lesão e a dose de radiação por fração. Atualmente o Reino Unido utiliza uma dose total de 38 Gy onde é dada em cinco frações semanais, nos tumores que afetam o sistema nervoso central e a incidência de necrose devido ao uso da radiação é estimada em 15% aproximadamente. Em outros países, utilizam-se uma dose total de 48 Gy, com doses diárias de 3 Gy dadas em 5 dias por semana, aos quais tem demonstrado menos efeitos tardios por causa da radiação, no entanto, essas demonstrações precisam ser mais pesquisadas (DOBSON; LASCELLES, 2003). Uma alternativa para a gestão de tumores do sistema nervoso central é a radiocirurgia estereotáxica, a qual implica em uma entrega de dose maior por fração no tumor, sendo de 1 ou mais frações, resultando em uma dose total de 10 a 15 Gy, no entanto há um número pequeno dessas instalações que tenham equipamentos com essa capacidade na veterinária (WITHROW et al., 2013). Kubicek et al. (2016) descreve o uso da radiocirurgia estereotáxica em tumores nasossinusais em cães com doses de 18,3 Gy, sendo que os efeitos tardios ocorreram em 23 casos e o tempo de sobrevida média geral dos animais tratados foram de 8,5 meses. Conclui-se que a radioterapia é um procedimento eficaz em tumores de cabeça e pescoço que possibilita melhoras e o aumento de sobrevida dos animais.

 


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