Jornacitec Botucatu, VI JORNACITEC - Jornada Científica e Tecnológica

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PROCEDIMENTOS DE CINTILOGRAFIA PULMONAR PARA AVALIAÇÃO DE EMBOLIA PULMONAR EM SERES HUMANOS
Jéssica Leite Fogaça, Michel Campos Vettorato, Maria Cristina Reis Castiglioni, Vânia Maria Vasconcelos Machado, Marco Antônio Rogrigues Fernandes, Sergio. A Lopes Souza

Última alteração: 2017-09-27

Resumo


RESUMO: A cintilografia pulmonar é muito utilizada para o diagnóstico de embolia pulmonar (FOGELMAN, 2014). O exame é realizado em duas etapas, denominadas de ventilação e perfusão pulmonar (CARVALHO, CUNHA, BARRETOS, 2002). Para os exames foram determinados alguns termos para a interpretação na fase de ventilação e perfusão pulmonar. Para embolia pulmonar aguda, a classificação resulta em ventilação/perfusão discordantes, ou seja, existe um defeito de perfusão por bloqueio do fluxo sanguíneo por coágulo, cuja ventilação permanece normal (SILVA; MULLER, 2004; CARVALHO et al., 2005; ZIESSMAN et al., 2015). A cintilografia tem sido um dos métodos para avaliação de embolia pulmonar. Visando isso, esse trabalho teve como objetivo descrever os procedimentos de cintilografia pulmonar para avaliação de embolia pulmonar em seres humanos, por meio da literatura. Vários aerossóis foram testados em estudos de ventilação pulmonar, porém, o agente de escolha atual e o único aprovado pela Food and Drug Administration é o aerossol Dietilenotriamino-Pentaacético-Tecnécio-99m (DTPA-99mTc) (BARBIERI et al., 1984; PIVA et al., 2000; PAIVA et al., 2014). Nesta fase, o radiofármaco DTPA-99mTc deve ser preparado 15 minutos antes da realização da inalação. Para esse procedimento, marca-se o fármaco com 25 a 75 mCi (925 a 1.875 MBq) de pertecnetato diluído em 5 ml de soro fisiológico para um adulto padrão de 70 quilogramas (Kg). Após essa etapa, o radiofármaco é inserido em um nebulizador para a mistura com o oxigênio e o paciente inala o radiofármaco para depois ser encaminhado à sala de exame e posicionado em decúbito dorsal na mesa do equipamento gama – câmara (PIVA et al., 2000; PAIVA et al., 2014; ZIESSMAN et al., 2015). As projeções de imagens são: anterior, posterior, lateral direita, esquerda, oblíquas posteriores direita e esquerda de 45 graus (SANTOS et al., 2006; MORLIN; MORLIN, 2010). Para a fase de perfusão, o radiofármaco mais utilizado é o Macroagregado de Albumina Marcada com Tecnécio-99m (MAA-99mTc) e a dose usual para pacientes adultos padrões é de 4 a 6 mCi (148 a 222 MBq), com contagens de partículas acima de 60,000 (recomendado 200.000 a 500.000 para adequada distribuição espacial e melhor qualidade da imagem), já crianças, recomenda-se valores menores de 100.000 (DÄHNERT, 2001; BARRETO, 2004; PAIVA et al., 2014). Para realização desta fase, o paciente é posicionado em decúbito dorsal, sentado ou em posição ortostática no equipamento gama – câmara. Após o término da administração do radiofármaco as imagens podem ser iniciadas imediatamente nas mesmas projeções da fase de ventilação (PAIVA et al., 2014; DÄHNERT, 2001). Contudo, se a embolia pulmonar fosse à única condição a afetar a perfusão pulmonar o diagnóstico seria direto, entretanto, inúmeras condições cardíacas e pulmonares podem distorcer a perfusão pulmonar. Um exemplo comum acontece com embolia pulmonar crônica, cuja qual é a causa mais comum de interpretação falso-positivo. Outros métodos de diagnóstico por imagem têm sido utilizados para identificar a possível presença de causas não embólicas e embólicas responsáveis pela alteração da perfusão pulmonar. Atualmente a cintilografia é um método importante para o diagnóstico de embolia pulmonar, devido alta sensibilidade, no entanto, a tomografia computadorizada também é considerada eficaz, mas existem alguns procedimentos em que a cintilografia é mais recomendada, tais como: reações alérgicas ao contraste, insuficiência renal, além de que os radiofármacos serem menos tóxicos que os meios de contraste (FOGELMAN, 2014; ZIESSMAN et al., 2015). Por meio dessa revisão, conclui-se que a cintilografia é um procedimento simples, seguro e possui alta sensibilidade em diagnosticar principalmente embolia pulmonar, quando a tomografia computadorizada não possa ser indicada. No entanto, a cintilografia pulmonar pode acarretar em diagnósticos falso-negativos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BARBIERI, A. et al. Radionuclídeos no exame do pulmão. Jornal de Peneumologia. v. 10, n. 4, p. 261 - 272, 1984.

 

BARRETO, S. S. M. Revisitando o mapeamento pulmonar de perfusão na tromboembolia pulmonar. Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro.v. 13, n. 4, p. 256-264, 2004.

 

CARVALHO, M. R. M. et al. Embolia pulmonar no paciente idoso internado. Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro. v. 18, n. 2, p. 141-147, 2005.

 

CARVALHO. P. A, CUNHA. R. D, BARRETO, S. M. Distribuição do fluxo sanguíneo pulmonar no bronquite viral aguda.Jornal de Pediatria. v. 78, n. 2, 2002.

 

DÄHNERT W. Radiologia – manual de revisão. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 2001.

 

FOGELMAN, I. et al. An atlas of clinical nuclear medicine. 3 Ed. CRC Press, 2014. 1595p.

 

MORLIN, F. F. MORLIN, S. F. Tromboembolia pulmonar apósvideoartroscopiade ombro. Brasileira Ortopédica. v. 45, n. 3, p. 312-315, 2010.

 

PAIVA, D. N. et al. Efeito de diferentes níveis de pressão positiva continua sobre a depuração pulmonar do 99mTc-DTPA. Epidemiologia e Controle de Infecção. v. 4, n. 2, p. 154 - 158, 2014.

 

PIVA, J. et al. The use of helium-oxygen mixture in the ventilation study of children with chronic obstrutive lung disease. Jornal de Pediatria. v. 76, n. 1, p. 17-26, 2000.

 

 

SANTOS, T. S. G. et al. Insuficiência cardíaca progressiva em homem de 44 anos de idade. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. v. 86, n. 2, p. 156 – 164, 2006.

 

SILVA, C. I. MULLER, N. Diagnóstico por imagem do tromboembolismo pulmonar agudo. Jornal Brasileiro de Pneumologia.v. 30, n. 5, p. 474-479, 2004.

 

ZIESSMAN, H. A. et al. Medicina Nuclear.4 edição. SaundersElsevier: Rio de Janeiro, 2015. 464p.

 

 


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