O impacto ambiental do descarte incorreto do lixo eletrônico é expressivo. As substâncias tóxicas presentes nos componentes eletrônicos contaminam não apenas solos e águas, mas também se acumulam na cadeia alimentar, gerando riscos e impactos para a saúde humana (Zeng et al., 2017). O contato humano com os resíduos resultantes do descarte indevido desses componentes pode desencadear diversos efeitos na saúde humana, incluindo problemas neurológicos, renais, pulmonares ou até mesmo câncer. Segundo Forti et al. (2020), a geração global de lixo eletrônico aumentou em 9,2 milhões de toneladas desde 2014 e projeta-se que chegará a 74,7 milhões de toneladas até 2030, quase o dobro em apenas 16 anos. Diante desse desafio, a adoção de soluções sustentáveis é imprescindível. A lei nº 12.305, denominada Política Nacional de Resíduos Sólidos, tem como objetivo a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, promovendo a gestão integrada e o controle adequado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010). O descarte correto de lixo eletrônico é o que mais gera dúvidas nos brasileiros, “o descarte desse material acaba sendo em lixos comuns ou em lixões onde são queimados, sem precauções e consciência” (Tanaue et al., 2015). Porém, pode-se perceber que existem algumas possibilidades de intervenção para contrapor esses desafios, como a educação ambiental, que segundo Serra Júnior, Souza e Baldassini (2024, p.185), “pode ser usada para conscientizar acerca dos impactos socioambientais decorrentes da relação entre o homem e a natureza”, sendo assim, a análise dos aspectos ambientais é de extrema importância e essencial para compreender todos os impactos e como combate-los. Portanto, o intuito deste trabalho presume propor medidas de combate ao descarte incorreto de materiais eletrônicos, afim de minimizar as consequências dessa ação. Além disso, a proposta envolveu o desenvolvimento de 3 produtos utilizando componentes eletrônicos que seriam descartados, como, HD, placa-mãe, cabos de rede, teclado, mouse, fones de ouvido e outros. Para o primeiro projeto, foi utilizado um mouse, teclado, capacitores, fones e cabos, formando um escorpião. No segundo projeto, a utilização de cabos entrelaçados e cuidadosamente encaixados sobre uma placa-mãe como base, resultou na criação de uma árvore. No terceiro projeto, foram utilizados principalmente componentes internos de discos rígidos, combinados a peças de placas-mães, para formar as rodas de uma bicicleta, seu guidão e assento. Para esse projeto utilizou-se uma metodologia baseada em revisões de literatura com documentos institucionais, relatos técnicos, artigos científicos e leis que proporcionam uma perspectiva atual e real do problema em questão. Dado ao exposto, conclui-se que, embora exista um marco legal que estabelece responsabilidades e diretrizes para a gestão adequada dos resíduos, na prática ainda há um grande descompasso entre o que está previsto na legislação e o comportamento da população. Portanto, nota-se a necessidade de políticas públicas mais efetivas, campanhas educativas e maior acessibilidade a pontos de coleta. Os projetos de reutilização são outra forma de destinação do lixo eletrônico, convertendo-os em produtos úteis, funcionais ou decorativos como os desenvolvidos.