Última alteração: 2025-09-29
Resumo
Os acidentes ofídicos representam um importante problema na medicina veterinária no Brasil, onde cerca de setenta e seis espécies de serpentes peçonhentas estão distribuídas pelo território. Embora não sejam de notificação obrigatória, relatos clínicos indicam alta frequência, especialmente em equinos, animais de grande porte que habitam áreas rurais e se alimentam com a cabeça próxima ao solo, aumentando o risco de contato com serpentes. Os acidentes envolvem principalmente os gêneros Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus, cada um com peçonha distinta. As Jararacas (Bothrops) apresentam toxinas proteolítica, hemostática e citotóxica, enquanto as Cascavéis (Crotalus) possuem peçonha neurotóxica e miotóxica, causando paralisia progressiva e rabdomiólise. Lachesis e Micrurus, embora menos frequentes, provocam efeitos mais graves. O tratamento imediato envolve administração de soro antiofídico específico ou polivalente, aliado a terapias de suporte como fluidoterapia, analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos. A rapidez no diagnóstico e manejo clínico é crucial para reduzir mortalidade, sequelas e impactos econômicos, destacando a importância da conscientização de criadores e do acesso ao atendimento veterinário qualificado.