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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E MANEJO DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RESIDENCIAS DE UM MUNICÍPIO PAULISTA
Última alteração: 2021-08-31
Resumo
A conscientização e preocupação da população brasileira quanto a importância do consumo saudável vem crescendo nos últimos. Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS, 2019) houve um crescimento de 4% na proporção de consumidores que compraram produtos orgânicos em 2019 em relação ao ano de 2017. No entanto, ainda há muita desinformação quanto ao manejo e descarte do lixo residencial. Pesquisa do Ministério do Meio Ambiente destaca o descaso da população com o descarte dos resíduos orgânicos, revelando um desperdício de 50% de matéria reutilizável todos os dias, de um total de 250 mil toneladas de lixo diário (BRASIL, 2017). Segundo Silva e Santos (2015), as atividades humanas podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente, em especial os impactos gerados por resíduos descartados de forma inapropriada, ocasionando alterações na qualidade da água e solo. Para Deboni et al. (2015) parte da população vem adotando práticas simples para redução do impacto ambiental de suas atividades, porém, indicam que ainda são necessários mais investimentos em educação ambiental e ações visando a consciência da população, bem como a promoção da reciclarem por meio de melhorias nos processos de coletas seletivas. Desta forma, considerando a necessidade de práticas sustentáveis, a fim de garantir subsistência e qualidade de vida às gerações futuras, avaliar o conhecimento a respeito do resíduo orgânico domiciliar pode contribuir para elaboração de políticas públicas. Neste contexto, objetivou-se avaliar o conhecimento e a prática sustentável de moradores do município de Itatinga, quanto ao descarte e reaproveitamento do lixo orgânico doméstico. Para atender as normas de distanciamento social por segurança sanitária, em decorrência da pandemia de Covid-19, foi realizado um estudo observacional com os dados coletados por meio de um formulário eletrônico, disponibilizado via web site. Os entrevistados foram abordados por contatos virtuais (e-mail, redes sociais, WhatsApp) a partir das indicações de endereços eletrônicos ou celulares de conhecidos e familiares. Após a abordagem e esclarecimentos iniciais, o formulário eletrônico era encaminhado juntamente com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCL). O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Medicina de Botucatu com certificado de apresentação e apreciação ética (CAAE) de número 35970820.5.0000.5411. Foi utilizado o método de amostragem não probabilístico de “Bola de Neve”, totalizando 100 entrevistas, as quais foram organizadas em um banco de dados e, posteriormente, os dados foram analisados estatisticamente por meio de gráficos e tabelas de frequências. Dos resultados observados, destaca que a maioria dos entrevistados tem conhecimento de que o lixo orgânico pode ser reaproveitado (71%), porém, apenas 21% disseram que fazem o reaproveitamento. Quanto a compostagem, 19% disseram que realizam esse processo em suas residências, sendo mais utilizado a compostagem seca (25%). Conclui-se que os moradores de Itatinga entrevistados reconhecem a importância do manejo adequado do lixo doméstico, porém poucos realizam algum processo de reaproveitamento do resíduo orgânico, evidenciando a importância de práticas de educação ambiental e elaboração de políticas públicas de incentivo desta prática sustentável.
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