Última alteração: 2021-09-23
Resumo
Os genes MICA e MICB codificam as glicoproteínas expressas constitutivamente em fibroblastos e células epiteliais, no entanto, são sintetizadas como marcadores de estresse celular em condições como o câncer, infecções e doenças autoimunes. Portanto, o objetivo do presente estudo foi descrever, através de uma revisão bibliográfica, a associação entre os genes MICA e MICB e infecções por patógenos intracelulares. Diversos estudos mostraram a associação desses genes com a suscetibilidade ou proteção à algumas doenças causadas por patógenos intracelulares, como por exemplo, os alelos MICA*045 e MICA*008, que foram associados com a suscetibilidade a dengue, enquanto o alelo MICB*002 com a proteção à doença. Na hanseníase, um estudo sugere o alelo MICA*008:01 como protetor da doença. Enquanto na doença de Chagas, foram observados os alelos MICA*007, MICA*008, e o haplótipo MICA*008_HLA-B*08. Quanto a tuberculose, os genes MICA-A4, MICA*012:01 e MICB*008 são mais frequentemente encontrados em portadores da doença, ao contrário do MICA-A5, que pouco é observado nestes pacientes. Indivíduos propensos a produzir maiores quantidades de MICA (possivelmente solúvel) e baixas quantidades de MICB (rs3131639/A e MICB*004:01) seriam mais suscetíveis à infecção por Sars-Cov-2. Portanto, os genes MICA e MICB podem estar relacionados à predisposição ou resistência à diversas doenças.