Última alteração: 2015-09-22
Resumo
RESUMO: Os consumidores estão cada vez mais buscando alimentos mais saudáveis, entre eles os denominados alimentos funcionais por fornecerem benefícios adicionais aos da alimentação convencional e poderem reduzir o risco de doenças (PIMENTEL, 2005). E para auxiliar nessa alteração a utilização de óleos ou farelos na alimentação animal é de grande interesse em termos de pesquisa, pois visa a produção de compostos alimentares benéficos à saúde humana e com possibilidade de agregar valores ao produtor. Nos últimos anos, a demanda pelo conhecimento de alimentos com aminas biogênicas e os polifenóis é crescente. As aminas biogênicas podem ser classificadas em moduladoras e promotoras do crescimento como a espermidina e espermina, que atuam no crescimento e manutenção do metabolismo celular (BARDÓCZ et al., 1993). De acordo com Lindesmose et al. (2005), as concentrações de poliaminas estão aumentadas em células cancerosas, e alguns autores relataram que a privação de poliaminas nas dietas pode ser benéfica para reduzir o crescimento de tumores (SARHAN et al., 1989). Outro ponto abordado em relação às aminas biogênicas é que, quando em altas concentrações em queijos, principalmente os maturados, elas podem causar efeitos de intoxicação, como é o caso da histamina. Os compostos fenólicos são excelentes fontes naturais de antioxidantes e são conhecidos por neutralizarem o excesso de radicais livres e anular os efeitos patológicos (NACZK & SHAHIDI, 2004). O uso de óleos ou farelos na alimentação animal é uma alternativa que pode ser utilizada para tornar o produto como um alimento funcional, principalmente utilizando a semente de linhaça que é rica em polifenois e antioxidantes. A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu/SP com o protocolo n° 25/2013 – CEUA. A primeira parte do experimento foi realizada na Unidade de Pesquisa e Produção de Leite Ovino, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu, SP. Utilizou-se 70 matrizes da raça Bergamácia, que foram ordenhadas mecanicamente por um período de 63 dias. Os animais foram distribuídos em três tratamentos: A) ovelhas suplementadas com concentrado, B) ovelhas suplementadas com óleo de linhaça e C) ovelhas suplementadas com farelo de linhaça; ambos balanceados segundo exigências do NRC (2007) para ovelhas em lactação. O queijo foi realizado no Departamento de Gestão de Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP, Botucatu e transformado em queijo tipo minas meia-cura (curado por 20 dias). A segunda parte do experimento está sendo realizada no Departamento de Química e Bioquímica do Instituto de Biociências – UNESP/Botucatu, com o objetivo de avaliar o teor das aminas biogênicas e polifenois no leite e no queijo tipo minas meia-cura de ovelhas da raça Bergamácia, suplementadas com óleo ou farelo de linhaça. Estão sendo avaliadas as seguintes aminas biogênicas: espermina, espermidina, putrescina, cadaverina, serotonina, histamina, tiramina e dopamina e também os compostos fenólicos do leite e do queijo tipo minas meia-cura e analisados o comportamento dessas variáveis em relação ao tempo de maturação.