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DESCRIÇÃO ULTRAESTRUTURAL DE CÉLULAS-TRONCO DE TECIDO ADIPOSO DE EQUINOS
Elaine Cristina Galhardo, Elena Carolina Serrano Recalde, Danielle Jaqueta Barberini, Ariane Dantas, Fernanda da Cruz Landim

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


As células tronco mesenquimais (CTMs) são amplamente estudadas para a terapia celular em Medicina Veterinária, com aplicação eficaz nos tratamentos de lesão de tendão de equinos (SMITH et al., 2003; CROVACE et al., 2010), éguas com endometrite (FERRIS et al., 2014) e até mesmo regeneração de lesões renais induzidas em cães (LIM et al. 2016). O tecido adiposo (TA) é uma das fontes mais conhecidas de CTMs. Este estudo objetivou isolar, cultivar e analisar a ultraestrutura de CTMs derivadas de TA de equinos. Aproximadamente dois gramas de TA foram coletados da base da cauda de um equino, seguindo protocolo nº 758 aprovado pelo Comitê de Ética da Unesp. O isolamento das CTMs foi realizado por digestão enzimática com colagenase 0,02% e o cultivo foi realizado em meio contendo DMEM, penicilina/streptomicina e anfotericina (todos Gibco®, EUA), e suplementado com 20% de SFB até a segunda passagem, quando as CTMs foram ressuspendidas em tripsina (TrypLE™ Express – Invitrogen®, EUA), fixadas em glutaraldeído e submetidas a técnicas de corte ultrafino em parafina e análise em microscópio eletrônico de transmissão. A análise ultraestrutural demonstrou CTMs com superfície recoberta por protrusões e prolongamentos típicos de células com propriedades de adesão ao plástico. O núcleo apareceu localizado centralmente, com aspecto irregular e um ou dois nucléolos presentes. No citoplasma foi observado grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso, o qual em alguns pontos apareceu dilatado e com grande quantidade de material amorfo em seu interior. As mitocôndrias apareceram distribuídas por todo o citoplasma, com tamanho pequeno e aspecto arredondado ou ovalado. Grande quantidade de vesículas e fagossomos de tamanhos distintos também foram observadas. Portanto, essas observações confirmam as características descritas nas CTMs e que as tornam elegíveis para terapia celular, como liberação de fatores parácrinos por meio de microvesículas e exossomos e intensa atividade celular (AGGARWAL; PITTENGER, 2005; RATAJCZAK et al., 2006) e também evidenciam os mecanismos utilizados pela célula para sua adesão ao plástico in vitro (DOMINICI et al., 2006). Esses resultados também são relevantes do ponto de vista didático, pois ilustram as principais características das CTMs e facilitam seu entendimento.


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